Transportadora de produtos perigosos aposta na contratação de caminhoneiras
31/08/2022
Olá, meninas? Tudo bem com vocês?
Hoje viemos com aquela notícia que adoramos compartilhar com vocês: mais mulheres no TRC. Há algum tempo, temos visto sinais de que tem aumentado as ações voltadas para uma maior participação das mulheres no setor de transporte rodoviário de cargas, porém apesar dos avanços alcançados nos últimos anos, o setor possui uma baixa participação das mulheres em áreas operacionais do serviço. De acordo com estudos do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), no ano passado, foram registradas 13.471 contratações femininas; enquanto os homens tiveram 125 mil.
Se, no geral, o Instituto aponta para a porcentagem de 1,51% de mulheres caminhoneiras no Brasil, no segmento de produtos químicos e/ou perigosos, essa margem é ainda menor, devido ao baixo estímulo que existe para a ocupação dessa função.
E a falta de interesse nessa área não vem só das mulheres. Empresas também muitas vezes dificultam a participação feminina nesse segmento. As vagas voltadas para as mulheres que são disponibilizadas nesse setor são na maioria na área administrativa e comercial. Porém, a boa notícia é que essa visão também está mudando.
Para servir de exemplo e iniciar uma mudança no cenário, a Zorzin Logística, transportadora especializada no ramo de produtos químicos e/ou perigosos, cuja matriz localiza-se em Mauá (SP), anunciou uma de suas ações específicas para trabalhar a questão da participação feminina nesse segmento.
A empresa vai lançar o seu primeiro caminhão personalizado para mulheres. "A iniciativa faz parte de uma série de ações internas que realizaremos para incentivar a contratação de caminhoneiras em nossas operações e filiais", afirmou a diretora administrativa da empresa, Gislaine Zorzin.
A gestora diz que a ideia surgiu com base no compromisso estabelecido pela transportadora com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A igualdade de gênero é o 5º objetivo definido na proposta da Organização, que, para se tornar uma realidade, conta com o apoio das empresas, do setor público e da sociedade civil.
No início do ano, a empresa assinou o Pacto de Sustentabilidade da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O compromisso é uma iniciativa que visa contribuir com os ODS da ONU e sinaliza quais empresas consideram o trabalho de ESG uma prioridade de seus valores institucionais.
De acordo com a economista do IPTC, Raquel Serini, apenas 24% das empresas de transporte possuem o apoio à diversidade e à inclusão entre as suas diretrizes institucionais. Esse número cai para 20%, se olharmos para quantas empresas avaliadas de fato criam políticas para proporcionar um ambiente de trabalho mais propício para a introdução de mulheres nos diferentes setores de uma transportadora.
Assim, segundo Serini, cria-se um desestímulo, que é responsável, em parte, pelo índice de 1/3 de evasão de profissionais mulheres no TRC. Gislaine, por sua vez, acredita que, no caso das caminhoneiras, o trabalho de inclusão e de criação de melhores condições também envolve a estruturação de políticas públicas de infraestrutura nas estradas voltadas à segurança e ao bem-estar das mulheres. A empresária também lembra da importância de se pensar em um apoio específico àquelas que precisam lidar com a dupla jornada de trabalho.
"Há muitos detalhes psicológicos, administrativos e organizacionais a serem considerados se as transportadoras querem de fato passar às mulheres que lá é um local onde elas podem se sentir seguras. Isso em segmentos com procedimentos padrão. No caso de produtos perigosos, existem outros fatores a serem considerados, como o estigma de associar a mulher a apenas atividades delicadas, ou mais simples, entre outros. Enquanto empresária, digo que a solução é irmos passo a passo. Já temos uma motorista para veículos menores e o objetivo é observarmos como esse processo flui para, então, analisarmos como podemos evoluir. Temos em mente que, com essa questão, o objetivo é sempre aumentar o número de contratações e jamais estagnar", finaliza Gislaine.
Meninas, cada vez mais empresas estão entendendo a importância das mulheres para o desenvolvimento e melhoria de seus resultados, principalmente nos setores onde essa presença ainda é menor, como na direção dos pesados. E o que vocês acharam da iniciativa da Zorzin? Conhece alguém que precisa saber dessa notícia? Compartilhe!
2 Comentários
Isabela Leopoldino 31/08/2022 19:22
É tão bom, é gratificante ler uma notícia dessas saber que as empresas se preocupam com as mulheres Pois é assim que começa, começa com uma aí quando ver já serão muitas uma segundo o exemplo da outra 🙏🏽
Patrícia 31/08/2022 18:04
Muito bom em ver empresa empenada e confiando nas mulheres parabéns a todos envolvidos