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Vida na Estrada

Neiva Chaves Zelaya, a primeira caminhoneira do Brasil

03/08/2020
Conheça a história da caminhoneira que ajudou a construir Brasília por meio do transporte de materiais

Oiê! Como vão as coisas? Que tal se a gente falasse hoje sobre História? Pesquisamos e vamos contar aqui, rapidamente, a história de uma desbravadora, a mulher que inaugurou a profissão de caminhoneira no nosso País.

A primeira caminhoneira da História do Brasil se chama Neiva Chaves Zelaya. Ela nasceu em 30 de outubro de 1925 em Propriá, Sergipe, e é comprovadamente a primeira mulher a transportar cargas em um caminhão no Brasil. Este fato foi comprovado por várias fontes e historiadores.

Neiva se casou aos 18 anos com Raul Alonso e teve quatro filhos: Gilberto, Carmem Lúcia, Raul Oscar e Vera Lúcia. Apenas quatro anos depois de se casar, ela ficou viúva, aos 24 anos de idade.

Superação e "ir à luta"

Ao se ver viúva, Neiva teve que pensar no seu sustento e no de seus quatro filhos pequenos. Na época, ela morava na cidade de Ceres, no Estado de Goiás. O ano era 1957 e a primeira empreitada de Neiva foi uma pequena loja de artigos fotográficos na cidade goiana.
 
Depois disso, ela comprou um caminhão e decidiu fazer frete por todo o Brasil, levando sempre seus filhos a bordo. Alguns meses depois, fixou residência em Goiânia.

Neiva atuou também como repórter de um jornal, antes de se encantar com o projeto de construção da nova capital do Brasil, Brasília. Mudou-se de Goiânia com os filhos para o Núcleo Bandeirante, o ponto inicial das obras da nova cidade.

Três anos como caminhoneira
 
Durante toda a obra de Brasília, Neiva dirigiu diferentes caminhões, puxando cargas de materiais de construção e também mantimentos para ajudar o fluxo de insumos e gêneros de necessidade que o grandioso projeto precisava. Trabalhava de 12 a 14 horas por dia.

Os registros históricos mostram que ela era a única mulher entre todos os motoristas, milhares de profissionais que trabalharam carregando cargas na gigantesca obra e, certamente, Neiva sofreu com dificuldades em seu trabalho como caminhoneira.

A obra ficou pronta, Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960 e Neiva foi se dedicar a outras atividades. A primeira caminhoneira do Brasil faleceu no Dia da Proclamação da República, 15 de novembro, do ano de 1985, na cidade que ela ajudou a construir.

Assim se encerrou um capítulo importante do transporte brasileiro, que aponta dois grandes símbolos: a bravura de uma mulher que comprovadamente foi a pioneira entre as caminhoneiras do Brasil e as dificuldades e oportunidades geradas pelo projeto do então presidente Juscelino Kubitschek, o grande idealizador de Brasília.

E você? Sonha em ser motorista? Quer alçar voos mais altos? Acha que tem poucas mulheres na profissão de caminhoneira? Embarca com a gente no Movimento A Voz Delas!

Gostou da história? Mande seu comentário pra gente! E a gente te deseja uma boa viagem! Dirija com cuidado e não esqueça do cinto de segurança!

1 Comentários

Pedro Henrique Vinhal 24/09/2023 00:31

Além de sua profissão, Tia Neiva, foi uma médium clarividente brasileira que fundou o Vale do Amanhecer, doutrina espiritualista que agrega elementos de várias religiões