Olá, meninas! Vocês estão bem? Que a indústria dos transportes, logística e automotiva são um ambiente quase que majoritariamente masculino todo mundo já sabe. Mas, o que ainda pode ser surpresa, é que a participação das mulheres segue crescendo nesses setores, seja de ferrovias a rodovias, do transporte urbano à aviação, na navegação marítima e nas docas, as mulheres hoje atuam como motoristas, condutoras, pilotos, mecânicas, dirigentes e funções administrativas.

Vencendo muitas dificuldades, mulheres lutaram – e ainda lutam – para conciliar família e trabalho e para enfrentar os obstáculos de trabalhar em um universo predominantemente masculino, carregado de preconceitos e estigmas. Embora ainda seja um setor com predominância masculina, de acordo com um estudo realizado na última edição da Transport Logistic houve um aumento de 20% na contratação de mulheres em toda a cadeia logística dentro de grandes empresas mundiais. 

Além disso tudo, quando se trata de mulheres, também existe o preconceito. Seja ao volante ou no comando de uma empresa. E muitas tem encarado o desafio de provar que dão conta do recado. Esse avanço já reflete no percentual de mulheres que trabalham no setor. Em 2020, houve uma alta de 229% no volume de contratação do sexo feminino em áreas da logística, de acordo com pesquisa divulgada pela plataforma de recrutamento Gupy. Isso indica que a presença das mulheres no mercado de transporte está se consolidando, seja em áreas estratégicas ou operacionais. 

Atualmente, as mulheres representam 17% dos trabalhadores no transporte, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que contabilizou quase 2,3 milhões de trabalhadores no setor em âmbito nacional. Assim como em outros segmentos da economia, as trabalhadoras desse setor vêm buscando maior equidade no mercado de trabalho, mais oportunidades, mesmas condições salariais e reconhecimento em toda sua trajetória. Com uma visão mais estratégica e tática, a logística e os transportes foram se transformando em uma porta de entrada para que as mulheres pudessem conquistar de vez um espaço que há muito tempo não era possível.

Mais diversidade e Maior capacitação

O estudo lançado pela ANFAVEA em 2021, que mostra a diversidade no setor automotivo, reforça que um fator que contribui bastante para a ascensão das mulheres nesses setores é a busca por capacitação. Segundo relatório da OCDE, apresentado no estudo, elas são maioria nas universidades brasileiras. Na faixa etária de 22 a 35 anos, 25% das mulheres possuem diploma universitário, contra 18% dos homens. Além disso, a pesquisa destacou que em cargos de baixa e média hierarquia, elas possuem mais anos de escolaridade em relação aos homens - 74% das mulheres têm até o Ensino Médio, enquanto os homens são cerca de 61%.

A presença feminina também tem sido ampliada nos cargos de liderança de forma geral. A pesquisa mais recente realizada pelo International Business Report da Grant Thornton, apontou que 34% dos cargos de diretoria executiva no setor de transportes são ocupados por pessoas do sexo feminino no Brasil, 5% acima da média global. Porém, embora sigam se capacitando para assumir cargos de mais liderança, à medida que a hierarquia cresce, a desigualdade entre homens e mulheres também. Nos cargos de alto e médio escalão ainda não há muita representatividade feminina. 

Transporte rodoviário é 99% masculino

Dentro do setor de transporte rodoviário, as mulheres ainda representam a minoria, apenas 0,5% do total de caminhoneiros autônomos do país. Segundo dados de uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2019 com 1.066 motoristas de caminhão, 99,5% eram homens. Logo, as mulheres representavam apenas 0,5% dessa comunidade.

Ainda que seja tímida, a procura feminina pelos cargos de condução está despontando, segundo dados do projeto Habilitação Profissional para o Transporte – Inserção de Novos Motoristas, do SEST SENAT, que visa inserir motoristas profissionais no mercado por meio da mudança da categoria da Carteira Nacional de Habilitação para C, D ou E. 

O projeto registrou a participação de 2.311 mulheres desde 2015 e em cinco anos, a demanda feminina cresceu 60,4% nos cursos voltados para o transporte de passageiros, de produtos perigosos e de transporte escolar da instituição. Em 2019, os cursos mais procurados pelas mulheres foram Cuidados Especiais no Transporte de Escolares, Custos Operacionais do Transporte de Cargas e A Precificação no Transporte Rodoviário de Cargas.

Impacto positivo no setor de transportes

As mulheres têm mostrado que podem transformar também, setores até então impensados. Diversas pesquisas destacam as inovações e melhorias que líderes femininas têm proporcionado às organizações. De acordo com o McKinsey Global Institute, organizações que possuem mais mulheres na liderança obtêm um resultado operacional 48% maior em relação à média da indústria e um crescimento no faturamento de 70%.

Outro ponto importante de se destacar é como as mulheres - principalmente em cargos de liderança - estimulam a participação de outras mulheres no setor. Em setembro deste ano, executivas do segmento de transporte de cargas compartilharam algumas de suas grandes realizações em suas trajetórias profissionais durante a segunda edição do IT Talks Conference 2021. O evento foi realizado de forma totalmente on-line e gratuita, e contou com mulheres de diferentes hierarquias do setor. Essas ações reforçam a presença das mulheres e despertam o interesse de outras mulheres, tornando o ambiente mais igualitário. 

Mas, embora a perspectiva seja de melhora, ainda há muito a se fazer. O caminho para a inclusão das mulheres nos transportes é sem dúvida, a participação ativa de empresas na criação de projetos de incentivo, de oportunidades de vagas para inclusão de mulheres em todas as áreas do setor. Isso significa abrir mais oportunidades, incentivar e reconhecer a atuação das mulheres. 

É maravilhoso saber que mulheres estão fazendo a diferença no setor do transporte. E você se animou em seguir por essa estrada também? Deixe seu comentário, para nós é muito importante!