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Dia a Dia

Mães caminhoneiras superam os desafios de conciliar a jornada na estrada com os filhos

26/05/2023

Olá, meninas! Como estão vocês? Quem é caminhoneira sabe que a vida na direção de um caminhão exige uma rotina puxada, cheia de renúncias e ausências, o que exige muita dedicação. Mas mesmo com estes desafios únicos, cada vez mais mulheres se interessam em superá-los e assim como em outras profissões que exigem um período longe dos filhos, as mães caminhoneiras, diariamente, encaram os desafios de conciliar a profissão e a criação dos filhos.

A presença feminina nas cabines representa uma excelente notícia no combate ao preconceito e aos problemas recorrentes, como assédio e falta de reconhecimento. Segundo o Ministério das Cidades, o número de mulheres aptas a dirigir veículos pesados está na casa de 180 mil e, é claro, quanto mais, melhor. Apesar dos dados não serem otimistas para o público feminino, a realidade é que o mercado tem apresentado mudanças para atender a demanda destas profissionais, bem como valorizá-las.

Uma pesquisa do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), órgão de pesquisa associado ao Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), constatou que, em 2021, o público feminino aumentou em 61% nas ocupações de cargos do setor de transporte rodoviário de cargas no Estado de São Paulo, em comparação ao ano de 2020.

E por mais que este movimento de mulheres no transporte pareça novo, não é de hoje que as profissionais dão aula de como se dedicar ao trabalho e à família. Depois de ficar viúva aos 24 anos de idade, ainda nos anos 60, Neiva Chaves Zelaya aprendeu a dirigir caminhões para entregar pequenas cargas e assim sustentar os filhos. Ela foi, comprovadamente, a primeira mulher caminhoneira do Brasil.   

Neiva se casou aos 18 anos com Raul Alonso e teve quatro filhos: Gilberto, Carmem Lúcia, Raul Oscar e Vera Lúcia. Apenas quatro anos depois de se casar, seu marido faleceu. Se viu responsável pelo sustento da família e encontrou no caminhão a oportunidade de garantir sua renda. Quando conseguiu comprar o pesado, decidiu fazer frete por todo o Brasil, levando sempre seus filhos na cabine.

Chegou a trabalhar na construção de Brasília e foi a única mulher motorista a participar das obras. Durante toda a edificação da futura capital, Neiva dirigiu diferentes caminhões, puxando cargas de materiais de construção e também mantimentos para ajudar o fluxo de insumos e gêneros de necessidade que o grandioso projeto precisava. Trabalhava de 12 a 14 horas por dia.

Mães e caminhoneiras

Histórias como a de Neiva se repetem pelo Brasil. Todos os dias, centenas de mães caminhoneiras saem de casa para levar o sustento para sua família, carregando consigo a responsabilidade de ser a única provedora dos filhos, como o caso da Dhaisa Maier, caminhoneira e mãe. Ela se nomeia como uma eterna cristal, já que se aproximou do mundo dos pesados quando acompanhava o marido caminhoneiro. 

Dhaisa conta que se aventurou muito viajando ao lado do esposo e que aprendeu a amar e admirar a profissão. Devido a um trágico acidente que levou seu companheiro, ela segue nas estradas sozinha, dando continuidade ao sonho da família. De acordo com ela, enfrentou vários obstáculos e continua enfrentando, mas segue com ele no coração e acredita que mesmo passando por muitas provações, está no caminho certo. 

A profissional conseguiu se habilitar para dirigir pesados e atualmente trabalha com um caminhão truck. Dhaisa revela que, devido a necessidade de manutenção no motor, está parada. Mas nem isso desanima a mãe e caminhoneira, que devido a sua resiliência e dedicação é inspiração para muitas mulheres, chegando à final do Prêmio Mulheres Positivas 2023, na categoria logística. 

Neste mês de maio comemoramos o Dia das Mães, uma data que homenageou estas rainhas que merecem, não só um dia, mas uma vida inteira de dedicação. Nós desejamos que, independentemente de uma data, cada filho demonstre um pouco do seu respeito e carinho. Afinal, o que seria de nós se não fossem nossas mães?!

Este, inclusive, é o trabalho mais difícil da Terra, pois é um turno de 24 horas, durante sete dias da semana. Ser mãe é uma verdadeira missão, de enorme responsabilidade. É amar da maneira mais completa, dar o melhor de si e não esperar nada em troca. 

Meninas, o Movimento A Voz Delas tem uma grande admiração pelas mães que encaram as estradas, sejam caminhoneiras, motoristas de ônibus ou cristais. Nos inspiramos nestas mulheres que tiram de letra as estradas perigosas, o trânsito estressante, o cansaço da dupla jornada. Além disso, mostram muita força para suportar ficar longe de casa e dos filhos por muitos dias, até semanas.

E vocês também conhecem a história de mães caminhoneiras, motoristas de ônibus ou cristais? Comentem aqui, nos enviem nas redes sociais e participem com a gente. 

1 Comentários

Dhaisa Bremer Sedlmaier 26/05/2023 16:15

É uma gratidão enorme a Deus por estar nesse ramo de transporte, onde um dia com o caminhão estive triste, hoje nele tenho amor e alegria. Gratidão a essas mulheres que são inspiração para mim, e ao Movimento A Voz Delas por ter esse olhar carinhoso a nossa categoria, valorizando e reconhecendo a nossa profissão.

Equipe a Voz Delas 29/05/2023 15:12

😍