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ANTT se posiciona contra aumento da tarifa de importação de pneus

21/10/2024

Oi, meninas! Tudo bem por aí? Hoje vamos falar de um tema muito importante: o possível aumento da tarifa de importação de pneus.

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) se posicionou contra o aumento da tarifa de importação de pneus de 16% para 35%. Durante uma audiência na Câmara dos Deputados, o superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário, José Aires Amaral Filho, disse que "a medida poderia causar sucateamento do setor”.

Ele destacou que a categoria já vem sofrendo com o aumento dos custos, como o óleo diesel, e lembrou que "o principal fator da greve de 2018 foi justamente o aumento dos insumos." De acordo com a ANTT, 94% dos transportadores no Brasil têm até três veículos e não conseguiriam repassar o aumento do preço dos pneus para o valor do frete. A preocupação maior é com os caminhoneiros autônomos. "Sabemos que cabe ao Parlamento e ao Governo decidir, mas todos esses fatores devem ser analisados", acrescentou Filho.

Everaldo Bastos, representante da Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo), também comentou sobre o risco de uma nova greve. Segundo ele, "o caminhoneiro só consegue comprar pneus novos porque os valores estão mais baixos com a concorrência dos importados” e ainda alertou: "Aumentar o custo para o caminhoneiro é pedir uma nova greve. Os caminhoneiros pararam por causa de 20 centavos no óleo diesel e nossos associados já estão pressionando para que não haja aumento nos pneus”.

Por outro lado, a ANIP, associação que representa as fabricantes de pneus, defende o aumento da tarifa, alegando que as importações prejudicaram as empresas nacionais nos últimos anos. Segundo a ANIP, se a tarifa aumentar, os preços dos pneus para veículos de transporte e passeio podem subir entre 20% e 25%.

Um estudo da Guimarães Consultoria aponta que o setor de transporte rodoviário pode ter um aumento de 6% nos gastos, além de uma redução de 8% na compra de pneus de passeio e 3,2% nos de carga. "Isso pode causar riscos à segurança do transporte no país," diz o levantamento.

A Abidip (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Pneus) também falou sobre os prejuízos que esse aumento traria para a economia brasileira. "O aumento do imposto de importação para pneus de passeio e de carga resultará em impactos econômicos negativos significativos. Pressão inflacionária, aumento nos custos de transporte e efeitos adversos na economia como um todo são preocupações legítimas que justificam uma contestação ao pleito apresentado," disse Ricardo Alípio, diretor da entidade.

Sindicatos estaduais também se manifestaram. "Cada centavo sobre o custo do pneu eleva a taxa de transporte no país inteiro. Onera os caminhoneiros e todo o Brasil," afirmou Janderson Maçanero, da Associação de Caminhoneiros de Santa Catarina. Ele ainda acrescentou: "Pneu mais barato aumenta a segurança e reduz acidentes”.

Rabih Nasser, advogado de importadores não filiados à Abidip, criticou o pedido das fabricantes: "Ninguém é contra a indústria, mas um pedido absurdo não pode ser atendido. O setor tem muitas medidas de proteção, como antidumping e fiscalização, para resolver o problema de competitividade. O Brasil tem hoje uma das mais altas alíquotas do mundo. Não faz sentido mais um aumento”.

Meninas, este é um tema que pode mexer diretamente com o dia a dia de quem trabalha na estrada, especialmente os caminhoneiros autônomos. O aumento dos custos com pneus não só pesa no bolso, mas também afeta a competitividade e a segurança no transporte. Fiquem atentas a esta discussão, pois o impacto pode ser grande para todos que vivem desta profissão, seja no valor do frete ou na manutenção dos veículos. Juntas acompanharemos os desdobramentos para lutar pelos nossos direitos!
 

Fonte: Revista Caminhoneiro

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