Olá, meninas! Quantas vezes na estrada, vocês já não ouviram que não poderiam fazer algo só porque eram mulheres? Antigamente, isso era muito comum, mas há um bom tempo vem mudando, afinal, lugar de mulher é onde ela quiser e se sentir bem, né?  E, para provar que essa afirmação é verdadeira e que toda mulher deve buscar seus sonhos, vamos apresentar uma história muito inspiradora.

A 3º Sargento Juliana Coques Paz, de Clevelândia, no Paraná, é um exemplo de mulher que transporta o Brasil de verdade. No comando de um caminhão extrapesado, ela vive todos os dias o sonho de muitos e muitas, que almejam viver do transporte de cargas, apesar das dificuldades da profissão de motorista de caminhão.

E, o trabalho de Juliana não é pouca coisa, não. Ela é responsável por toda a operação do equipamento, formado por um cavalo mecânico que puxa uma prancha de quatro eixos, com 60 toneladas de capacidade de cargas. De tempos em tempos, Juliana forma um comboio que movimenta os pesados blindados do Exército Brasileiro, para exercícios de manobras e manutenção, geralmente no trecho entre o Paraná e o Rio Grande do Sul.

A militar garante que a tarefa é árdua, mas muito satisfatória. Do alto da cabine de seu pesado, ela ostenta sua farda do Exército Brasileiro com muito orgulho e alegria: “Acordo todos os dias com uma grande felicidade em vestir a minha farda e servir o meu país. Tenho muito orgulho dos caminhoneiros e caminhoneiras do Brasil.”, declara. 

A Sargento Juliana sabe que, apesar de lidar com o caminhão pelo Brasil, a Instituição a qual pertence faz muita diferença. Porém, vivencia com outros profissionais os desafios da estrada, o que a faz admirar ainda mais os trabalhadores civis: “Na vida civil, quem trabalha com caminhão tem mais dificuldades, sofre mais. No Exército, a gente tem respaldo, tem alimentação e segue os procedimentos. O pessoal respeita muito a gente nas estradas, por sermos militares. Estou encantada com este mundo, faz somente um ano que estou neste cargo”, disse a orgulhosa motorista.

Mas, quem pensa que é só guiar o pesado (como se fosse pouco!), está enganado. Em sua lista de tarefas, está transportar cargas excedentes e extrapesadas, formadas pelos brutos blindados Leopard e Guepard, verdadeiros tanques de guerra, com mais de 48 toneladas de peso total e operar na logística de toda a condução. 

Motorista faz-tudo

Na operação, a 3º Sargento Paz, como é chamada, é uma maestrina que comanda todos os detalhes e cuida de tudo com grande conhecimento, prática e destreza. Ela é responsável, por coordenar o embarque e o desembarque, dirigir a carreta, pela manutenção e pelo zelo com o equipamento: “Eu mesma faço pequenas manutenções no motor, nos eixos, troco o óleo e os filtros e, quando é necessário, troco pneu também”, conta a militar. 

Muito dedicada e apaixonada pelo trabalho, ela nos contou que, em seu tempo de Exército, cerca de um ano, sempre contou com o apoio dos colegas militares para obter conhecimento, aprender coisas novas sobre a profissão e conseguir dominar todas as tarefas.

Mas, o amor da militar pelos pesados não vem de agora. Tanto conhecimento necessário para este cargo veio também com uma longa experiência com os caminhões. Juliana conta que seu marido era caminhoneiro e levou a família para o Mato Grosso, onde foi trabalhar no agronegócio: 

“Chegamos a Sinop e eu fui visitar a usina. Primeiramente, eu fui para trabalhar em um salão de beleza, mas me apaixonei pela operação com os caminhões e quis aprender mais. Meu marido me ajudou muito, me ensinou a manobrar o caminhão, me ajudou a dar os primeiros passos. Com isso, fui ganhando experiência e consegui meu primeiro emprego como motorista, na caçamba”, diz a Sargento.

Certa de que também poderia trabalhar com caminhões, Juliana foi à empresa e pediu uma oportunidade de emprego em uma vaga de motorista. Começou nos caminhões médios e depois passou para os articulados. “Eu tinha habilitação categoria E, mas não tinha prática. Tive que aprender tudo rápido e aos poucos fui me capacitando. Fiz curso MOPP, para movimentação de produtos perigosos e, assim, me profissionalizei como motorista de carreta”, continua a militar.

Primeira da história

Hoje, no Brasil, as mulheres representam uma parcela pequena do total de motoristas de caminhões habilitados. Porém, Juliana conseguiu um feito ainda mais impressionante: é a primeira mulher do Comando Militar do Sul, e de todo o Brasil, a transportar blindados. Seu trabalho é fundamental para o bom funcionamento da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada do 5º Batalhão Logístico do Exército Brasileiro.

A militar conta que, apesar de ser praticamente a única mulher no setor que atua, se sente muito confortável com os colegas e que o respeito entre todos é o que torna o trabalho melhor: “No Exército, tenho a felicidade de afirmar que trabalho em harmonia com todos, não sofro qualquer preconceito ou questões de machismo. Todo mundo trabalha para obter os melhores resultados, respeitando cada um. Sou muito grata e feliz por estar nesse cargo e já olho para o futuro, querendo abraçar essa carreira de motorista e crescer sempre nessa jornada”, conclui Juliana. 

E, aí meninas, gostaram de conhecer a história da Juliana? Quer ver sua história contada aqui também? Envie em nosso e-mail: contato@avozdelas.com.br ou solte sua voz no WhatsApp: 11-98921-6632.  

Quem sabe, sua jornada pode inspirar a jornada de alguém? Até a próxima! 

Fonte: Revista Transporta Brasil.