Meninas, tudo bem? O mundo não voltou ao normal em 2021, mas, diversos setores da economia alimentam a expectativa de que 2022 seja o início da normalização. Durante a pandemia, o transporte de cargas no Brasil mostrou mais uma vez como a modalidade é fundamental para a cadeia produtiva, visto que, é através dele que os itens saem dos setores produtivos e chegam até os compradores. Hoje, as rodovias são responsáveis por mais de 60% das cargas transportadas todos os anos, e é disparado o setor de transporte que mais movimentam cargas no país. 

Apesar da dificuldade em realizar projeções para o transporte de cargas no país, principalmente por conta da pandemia, existe uma expectativa animadora sobre a forma com os transportes serão utilizados nos próximos anos. Os investimentos seguem em crescimento, tanto por parte do governo, como por parte da iniciativa privada. Dessa maneira, alguns caminhos podem ser percorridos para acelerar o processo de melhorias no transporte de cargas nacional.

Levando em conta uma série de transformações que vêm ocorrendo em diferentes setores de transporte, o panorama econômico e social do país, e a forma como esses modais vêm sendo utilizados, os recentes investimentos do Governo Federal na área de transportes através do Ministério da Infraestrutura, mudanças em regulamentações do código de trânsito que podem permitir tráfego de caminhões maiores e estímulos para pequenas empresas e caminhoneiros autônomos podem trazer desenvolvimento e crescimento significativo para o setor.

Altos Investimentos em Infraestrutura

Recentemente (Outubro de 2021), o Governo Federal, através do Ministério da Infraestrutura, informou que do crédito suplementar de mais de R$ 1 bilhão para obras que está no orçamento, 46,45% serão destinados para melhorias no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), como a conservação e recuperação de ativos de infraestrutura da União (R$ 343 milhões); a construção de ponte sobre o Rio Araguaia em Xambioá – na BR-153/TO, além da adequação de diversos trechos rodoviários (R$ 624 milhões).

Além disso, até 2022, o governo federal prevê a contratação de R$ 260 bilhões em obras e projetos de infraestrutura na área de transportes, através de concessões à iniciativa privada, com estimativa de gerar 1 milhão de postos de trabalho. O ministério tem previstos 73 projetos de transferência de ativos de infraestrutura de transportes: São 32 projetos de portos, como a desestatização de 4 portos organizados; 26 de aeroportos, que incluem as privatizações dos terminais de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ); 11 de rodovias, como os leilões da Via Dutra e da BR 381/ 262; e 4 de ferrovias, como as concessões da Ferrogrão e da Ferroeste. 

Entre as concessões previstas, está uma extensa malha de rodovias federais nos diversos estados do país, além da renovação do processo de rodovias já concedidas, o que deverá injetar uma grande soma de recursos no setor. Manutenção, adequação, interligação e ampliação da infraestrutura de transportes são ações de 1ª ordem para o crescimento da atividade econômica nacional. 

De acordo com uma pesquisa divulgada pela NTC&Logística, 57% das empresas enxergavam uma retomada nos negócios em 2021. E destes, 21%, acreditam que 2022 será ainda melhor. A maior parte das empresas de transporte rodoviário de cargas no Brasil espera que o mercado volte a melhorar após o baque causado pelo recrudescimento da pandemia de Covid-19 e pela imposição de medidas restritivas ao redor do país nos últimos meses. 

Ampliação Tecnológica

Inovações que foram tendência neste ano também são apostas para 2022 no mercado da Logística. Algumas dessas tendências que foram muitos comentadas permanecem em ascensão no setor, trazendo muitas inovações, ferramentas, soluções, tecnologias e mecanismos que serão extremamente importantes na busca por crescimento para o setor logístico. 

Um fator que pode influenciar e muito o modo como os transportes de cargas no Brasil será utilizado nos próximos anos, independentemente de qual modal de transporte estamos falando, é o implemento e a ampliação das tecnologias nessas práticas. Cada ano que passa as tecnologias se renovam e o que funciona em um ano, rapidamente se torna obsoleto e precisa ser renovado.

Além do uso de aparatos tecnológicos para melhorar as condições das vias de transporte e nos veículos, como trens e caminhões, a tecnologia também está sendo muito utilizada para criar soluções de planejamento e logística mais estruturadas, ajudando a aumentar a eficiência organizacional das empresas produtoras e das que administram os transportes nacionais.

A tecnologia auxilia não só grandes empresas, mas também, caminhoneiros autônomos que encontram soluções de logística para conseguir fretes de diversas empresas, organizar logística e traçar rotas com mais efetividade. Diversos aplicativos estão sendo projetados para facilitar o dia a dia de trabalhadores do setor. 

Projeções otimistas para 2022

Atualmente é difícil fazer projeções de melhoras, pioras ou estagnação dos transportes de cargas no Brasil. Em um cenário pandêmico, em que todas as instâncias produtivas e comerciais foram drasticamente afetadas, é necessário esperar as condições voltarem ao normal para ter uma previsão mais bem elaborada.

Nos primeiros meses da pandemia, por exemplo, o setor rodoviário de cargas sofreu com queda de mais de 40% da produtividade. Depois do afrouxamento das restrições e retomada do trabalho, esse número começou a ser ajustado, mas sem retomar totalmente o cenário mais favorável.

Existe a expectativa que, de acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), esse cenário de dependência das rodovias seja reduzido nos próximos anos. Atualmente, as rodovias representam basicamente ⅔  da matriz de transporte nacional, mas a perspectiva é que até 2025, o setor rodoviário, ferroviário e aquaviário passem a trabalhar em pés de maior igualdade, representando cerca de ⅓  cada um.

Esse fator já seria um bom começo para que o transporte de cargas no Brasil passasse a se aprimorar, qualificando todos os segmentos e modais de transporte, e trabalhando para o crescimento das empresas produtoras. De maneira ativa, para aprimorar ainda mais esses setores, especialmente o modal ferroviário e o rodoviário, é possível encontrar alguns projetos que estão em andamento, com previsão de entrega nos próximos anos.

Para as rodovias, acessando o site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Governo Federal, é possível encontrar quais são as rodovias que estão em processos de construção, que podem estar em diferentes fases, como na parte da licitação, caso das rodovias BR-153/414/080/TO/GO e BR-163/230/MT/PA, e outras que estão em fases de estudos. 

Outra boa perspectiva é em relação a crise dos semicondutores, que afetou fortemente o setor automotivo, de logística e de transportes, impactando a compra de veículos zero km. De acordo com a ANFAVEA, a escassez dos microchips semicondutores, que começou com a pandemia de Covid-19 seguirá como um problema para a indústria, mas a estimativa é que a situação se normalize até a metade de 2022. 

Confira abaixo um infográfico dos 73 projetos de transferência de ativos de infraestrutura de transportes para a iniciativa privada e os valores de investimentos previstos para o setor no ano que vem: 

Como é bom saber que gradualmente o setor de transporte está voltando ao normal e com investimento do governo as expectativas estão em alta. Fiquem ligadas!